sábado, 16 de maio de 2009

De alguma forma estamos em travessia

A forma que vemos o mundo é determinante no rumo. Na verdade, é um parto. Um processo que começa...vai...vai (algumas vezes, nem você percebe) e quando vê, o mundo se descortina sobre você de uma outra forma.
Não sabemos se é exatamente como Vinícius de Moraes falou que “vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida" ou como diz Lia Luft “vai depender de cada um de nós que sua vida seja território seu ou apenas emprestado[…] Que seja campo para correr perseguindo projetos e colhendo vivências, ou cova estreita onde a gente se esconde e aguarda o golpe final”, ou mesmo o grande Mário Quintana que é "tão bom viver dia a dia. A vida assim jamais cansa. E só ganhar, toda a vida, inexperiência, esperança. Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!"
Na verdade, todos não há como ser diferente, se pudéssmos negar a travessia, seríamos os eternos medíocres, pois a travessia proporciona o recriar, e até o criar novas coisas. E o importante é realmente nos permitirmos o processo, pois ele tem que acontecer. Nada de jogar as unhas na terra na imaturidade e agarrar-se com medo do abrir as cortinas para o novo ato da peça da vida.
Citando Eduardo Giannetti em trecho do seu livro "Auto-Engano" onde ele diz " é por isso que tudo o que vivemos, ou seja, toda a nossa experiência passada e a imagem que temos de nós mesmos são na melhor das hipóteses construções provisórias, sujeitas a revisões mais ou menos drásticas de acordo com o caráter do que vamos descobrindo e vivenciando ao longo de nossa trajetória pessoal". Embora nesta vida possamos gaguejar nos nossos atos que podem ser cômicos ou trágicos – é assim. E tantas coisas são renovadas, mudam-se as coisas das gavetas, ocorre o outono dos valores. Folhas velhas caem e aparecem novas – num processo de autorenovação.
O que há em comum entre as citações acima é o falar desta travessia “encontros e desencontros”; “que sua vida seja seu território” e “inexperiência, esperança...tudo vai recomeçar”, pois estamos em travessia e aprendamos que o outono é pra todos e que a primavera dará as flores que quisermos.
A. Cirne

Um comentário:

Magali Moraes disse...

"Em travessia"...
Nunca tinha parado para olhar a vida assim. Taí, gostei!
E falando nisso!!
Adoooorei o Blog e bem vinda ao mundo virtual!
Beijooooooooooos